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Naquele gélido junho você finalmente se foi, no mesmo momento em que aquele sorriso se aproximava de mim no aeroporto lotado. Sua prima, a Saudade, também fugiu sem deixar nem um bilhete de adeus. A felicidade parecia ter vindo para ficar, e a esperança de um amor tranquilo acalentava meu coração. Mas era apenas um véu de ilusão me impedindo de ver a realidade.
Em poucos dias percebi que você não era tão má assim. Sem você precisei encarar manias, vícios e silêncios constrangedores. As palavras amorosas ditas pela internet se metamorfosearam em piadas grosseiras, leves repreensões e comentários maldosos. Mas não parou nesse estágio e logo vieram as ofensas e aniquilamento do respeito mútuo. Tornei-me amarga, fria, desconfiada e extremamente triste. O amor se transformara em um monstro cruel e faminto, destruindo qualquer sinal de felicidade.
Então ontem, após uma noite particularmente difícil, resolvi partir. Não olhei para trás. Nada levei e nada deixei. O desespero inicial deu lugar a um delicioso sentimento de liberdade e muito amor-próprio. Agora escrevo essas linhas para lhe pedir perdão. Algumas vezes, amiga Distância, você é indispensável.
*Post para o projeto Arte&Prosa (para saber mais, clique aqui)
Que interessante, Bruna! Não tinha pensado nisso...muito bem escrito
ResponderExcluirBjs
Lindo Bruna. Gostei muito.
ResponderExcluirMuito lindo esse texto..
ResponderExcluirQue texto forte e reflexivo. Super envolvente. Parabéns! Espero ler muito mais textos seus. bj grande
ResponderExcluirwww.pilateandosonhos.com