Poderia existir algo mais inconsistente do que ser um peso de papel? Não saber sua verdeira função no mundo, apenas existir, ali, imóvel e dependente da vontade alheia. Ser medianamente belo, quase transparente, mas não invisível, tendo cores apenas quando os raios de sol beijam sua frágil superfície de cristal. Saber que sua suposta função na verdade pode ser desempenhada por qualquer elemento mais pesado que as folhas de papel, as quais serão livres para voar assim que sejam libertas de sua opressão. E o mais desesperador é ter a certeza de que caso se quebre, a vida no escritório seguirá seu caminho normalmente. As folhas continuaram presas, mas por um pesado porta-lápis, mais pesado e útil do que você.