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Mostrando postagens com o rótulo reflexões

O cinza e o Sol

O clima sufocante é uma lembrança contínua da força do Sol. Me sinto cansada, lenta, amaldiçoando esse calor. O tédio toma conta de mim, tanto que nem percebo as nuvens cinzentas surgindo. O Sol é poderoso, mas não invencível. Logo surgem gotas pesadas, lavando as ruas, o céu, as pessoas e maus sentimentos. O cinza e o Sol unidos com a chuva. Em qual deles devo focar? Ou melhor, por que não ser atenta a todos, amando cada detalhe desse céu tão rico de detalhes e diferenças?

Peso de papel

Poderia existir algo mais inconsistente do que ser um peso de papel? Não saber sua verdeira função no mundo, apenas existir, ali, imóvel e dependente da vontade alheia. Ser medianamente belo, quase transparente, mas não invisível, tendo cores apenas quando os raios de sol beijam sua frágil superfície de cristal. Saber que sua suposta função na verdade pode ser desempenhada por qualquer elemento mais pesado que as folhas de papel, as quais serão livres para voar assim que sejam libertas de sua opressão.  E o mais desesperador é ter a certeza de que caso se quebre, a vida no escritório seguirá seu caminho normalmente. As folhas continuaram presas, mas por um pesado porta-lápis, mais pesado e útil do que você.

Sair do ninho

Sair no ninho é não ter um abraço durante choro, e perceber que as lágrimas são mais cruéis quando em meio à solidão. É ter a oportunidade de recomeçar, construir um novo Eu, e depois de um tempo descobrir que nunca será possível enterrar completamente o passado, por mais longe que ele esteja. É comer miojo, ovo cozido, enlatados, e se sentir um Master Chef. É lavar pouca louça e nunca ter outra xícara sobre a mesa. É confiar desconfiando de todos. Não saber em quem acreditar. Ouvir comentários e tentar decifrar entrelinhas. É ser apunhalada todos os dias, e continuar a luta, mesmo sangrando. É saudade do mar, dos livros, do clima e até do trânsito.  E, apesar de tudo, ter a esperança que a caminhada não é em vão.

Caros monstros

Sei que nossa convivência sempre foi difícil, em boa parte por minha culpa. Tentei a todo custo escondê-los, deixando-os trancafiados em casa. Fazia de tudo para que as pessoas ao meu redor não tomassem conhecimento da existência de vocês. Meu segredo mais profundo. Hoje me dei conta do quanto os temo sem sequer conhecê-los. Saiam da escuridão que há debaixo de minha cama, coloquem suas melhores roupas, mas tirem suas assustadoras máscaras: Quero fitar seus olhos, ouvir suas vozes e abraçá-los bem forte, até quase amá-lo. Depois iremos passear juntos, pois o medo e vergonha não têm mais lugar em minha vida. Sejam bem vindos! Fonte: http://br.web.img3.acsta.net/videothumbnails/189/126/18912663_20130819221123775.jpg

Ressurreição

Pandora colocou seu melhor vestido preto. Enquanto se arrumava para ir ao enterro dava rápidos olhares no corpo estendido na cama ao seu lado. Queria estar deslumbrante, pois seria um momento especial. Quando ficou pronta, e linda, tomou coragem e chegou mais perto da morta que jazia tranquilamente. Olhou com certa melancolia e já com saudade aquele rosto que conhecia tão bem, pois o via todos os dias ao se olhar no espelho. No enterro estava repleto das mais diversas e estranhas figuras. Ali estavam os falsos amigos chorando com odiosa hipocrisia, monstros muito altos e musculosos, que eram os medos de Pandora, homens sensuais e mentirosos indignados por terem perdido a mulher que aplacava a insegurança deles. Pandora derramou uma única lágrima e diante de sua lápide jurou que seria a última. Amanheceu. Pandora acorda e olha pela primeira vez o mundo. Tudo é novo, belo, mas também um tanto assustador. O corpo e rosto são os mesmos, mas sua mente é como um recém nascido...

Para quem escrevemos?

Toda vez que alguém pergunta, geralmente em grupos e fóruns da internet, o motivo pelo qual ter um blog é benéfico, tenho a resposta na ponta dos dedos: É um espaço de libertação. Parecia-me uma boa explicação, além de causar certo efeito dramático bem ao meu gosto. Mas será mesmo que escrever sempre nos liberta?  Quando fiz meu primeiro blog, há uns 11 anos, a blogosfera era um espaço quase ingênuo, no qual desabafávamos, contávamos nossas ideias e sonhos em textos longos decorados com glitter e dolls adoravelmente bregas. Os textos não precisavam ter utilidade, apenas existiam. Escrever era leve, como se fosse realmente um diário, só que público. Eu amava os posts longos, de temas diversos, e me inspirava mais em palavras do que em imagens. O tempo passou, fiquei anos longe dos blogs, até que retornei a acompanhá-los quando a moda de "look do dia" estava tomando forma. Daí para os canais de beleza do Youtube foi um pulo, e passei de leitora a visualizadora (oi...
É tanta vida a ser vivida que não nem sobra tempo para pensar, parar e escolher. Refletir sobre o que quero e sinto, vejo e ouço. Quem observa de fora da redoma pode achar “Essa garota não faz nada...” , mas eu bem sei que até o ócio ás vezes é pesado e oprime.  E a felicidade quando me toma, é tão intensa e inesperada que até dá medo. Será que tudo pode mesmo ser perfeito e dar certo? Não, não pode. Então um susto vem e me faz colocar a vida nos eixos. Pára menina, olhe a sua volta e perceba cada detalhe. Você não sabe quando essa viagem chegará ao fim, por isso aproveita! *Estudando não para uma prova, mas para a vida. Com humildade percebi que ainda tenho muito a aprender, os quatro anos de Universidade foram apenas um pequeno passo. E quando eu me formar, quem sabe no próximo ano (se as greves deixarem!) , terei o mesmo pensamento e desejo de conhecimento. *Agosto não será mais o tão esperado momento. Setembro reserva boas surpresas. Mal posso esperar! *É oficial: Estou vicia...