Você gostaria de viver em um mundo mais justo? Se fizermos esta pergunta há diferentes grupos de pessoas, certamente a resposta seria afirmativa para a maioria, se não todosos indivíduos. Mas se a busca por justiça parece ser um objetivo universal e atemporal, por que vislumbramos a dignidade humana ser lesada de tantas formas? Por que situações atualmente vistas como absurdas, como tortura e mortes de supostas “bruxas” e o comércio de pessoas como se fossem meros objetos, eram tidas como justas e boas? O livro “Justiça: O que é fazer a coisa certa”, do filósofo Michael J.Sandel traz questionamentos como estes ao tratar das múltiplas facetas do conceito de justiça. Mas não espere respostas prontas, a obra é um convite à reflexão e debate, apontando várias visões sobre o que seria justo através dos tempos, relacionando com questões atuais, tais como cotas em universidades, legalização do aborto, flexibilização de leis trabalhistas.
O estilo do autor é envolvente, com linguagem acessível, muito clara e sem jargões. É uma leitura que pode ser bem aproveitada independentemente da formação acadêmica do leitor. Para aqueles que desejem um aprofundamento do tema, o livro traz muitas referências, sendo uma interessante porta de entrada para estudos posteriores. Mas é importante frisar que é uma obra escrita por um autor norte-americano, e apesar de pontuar alguns exemplos e visões de outras culturas, é baseada no contexto ocidental, especialmente norte-americano e europeu. É preciso ir além desse pensamento, analisando os valores que podem ou não ser negociáveis, e levando em consideração que a justiça não é imutável e tampouco é única.
· Justitia ou Iustitia é a deusa romana que representa a justiça.
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Infelizmente, nem tudo que é legal é justo. Sua resenha ficou muito boa e atentou para um fato importante, a nacionalidade do escritor, o que requer atenção às diferenças culturais.
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