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Mostrando postagens de novembro, 2016

A primeira manhã

Houve o tempo em que Lúcio acordava quando a maioria dos mortais se recolhiam em seus leitos. Mas nos últimos cem anos as noites tornaram-se cópias dos dias, e as ruas ainda estavam repletas de gente quando os últimos raios crepusculares tingiam o firmamento. Lúcio considerava tal invasão de luzes, sons e cores na rotina noturna uma verdadeira heresia. O ciclo da vida girava cada vez mais rápido, a habilidade autodestrutiva dos humanos atingia seu clímax para dar lugar a uma nova ordem de antigos erros. Já presenciara esse processo diversas vezes, mas agora sentia-se exausto demais para suportar esse espetáculo. Essas breves reflexões duraram poucos minutos...ou segundos? Tempo suficiente para o céu enegrecer por completo enquanto todas as luzes dos postes eram acesas. Lúcio sentia fome de vida, sua natureza rebelde exigia ser saciada e não admitia demora. Mas ele não se satisfaria com qualquer sangue, era o gosto Dela que ansiava. Vestiu uma bata branca com detalhes dourados,