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Sem ar

https://pixabay.com/pt/moinho-moinho-de-vento-vento-c%C3%A9u-208571/ Há muitas formas de perder o fôlego, ficar sem ar, padecer em desesperadora dispneia. Foi isso que Éolo pensou enquanto sentia sua vida esvaindo-se na mesa de um caro restaurante. Sua bela e quase indecentemente jovem amante o olhava estupidificada, gritando por ajuda e o deixando ainda mais desesperado.  Éolo pensou no ridículo da situação. Morrer assim, sem ar, devido a um fragmento daquela refeição deliciosa e mais cara do que seis meses do salário dos funcionários de sua fábrica. Tentava inutilmente puxar um resquício de ar que fosse, um ventinho qualquer, um humilde suspiro...Mas sua garganta rebelara-se, magoada com o intenso trabalho durante o almoço. Custava dar uns minutinhos para a laringe e faringe se organizassem? Seus pulmões também entraram na revolta, mimados como eram, não conseguiam ficar um tempinho sem ar. Egoístas! Então Éolo, já quase inconsciente, foi caindo da cadeira. não havi...