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Filme Ida - Resenha da Bru


Nas minhas andanças por canais sobre cinema achei essa resenha do filme Ida. Polonês, em preto e branco mesmo lançado atualmente (2013)... Motivos mais do que suficientes para eu me aventurar assistindo-o. Gostei tanto que resolvi fazer um humilde post com minhas impressões. 

Senta que lá vem história...

Em linhas gerais, o filme trata de uma noviça que sempre viveu em um convento. Antes de se tornar freira ele é mandada para casa da tia (Wanda), única parente viva, e elas fazem uma viagem para encontrar o local onde estão os corpos dos pais da garota. Ida nunca tinha visto a tia, e o modo de pensar das duas é bastante diferente. Livre, sarcástica, um tanto irresponsável e cética, Wanda faz Ida ver um novo mundo. Assim, mais do que uma viagem ao passado, a garota percorre um caminho de auto-conhecimento e descobertas. Enquanto viajam as duas encontram um jovem músico que pede carona. Rola um clima entre ele e Ida, nada forçado. Achei o ator sexy sem ser vulgar  na medida certa, e eu torci pelos dois.
Fofos
A história se passa no pós Segunda Grande Guerra, mas a consequências são expostas de forma bem delicada e íntima, longe de se parecer com uma aula de história como em muitos filmes que abordam o tema.

Pontos que chamaram minha atenção:

Logo no início é perceptível que há algo diferente entre Ida e as demais moradoras do convento. Em meio a ações quase robóticas, onde todas devem agir da mesma forma, Ida se distingue sutilmente, com meros olhares.


Esses detalhes não passam despercebidos pela madre. Nas cenas enquanto observa ela também se destaca. Pode (provavelmente é) ser viagem minha, mas talvez ela se veja nos olhos de Ida, daí saber a necessidade da garota conhecer o mundo fora do convento antes de tornar-se, ou não, freira.
"Tô ligada em você, viu?"
A característica que mais obviamente chama a atenção foi a escolha por fazer um filme em preto e branco. Apesar disso, há muitas nuances de 50 tons de cinza, fazendo as imagens serem tão variadas quanto em um filme colorido. Em muitos momentos essa overdose cinzenta traz um ar melancólico, nostálgico, em outros o contraste com sombras e elementos muitos escuros trazem a força necessária para as cenas. 
O céu parece até feito de mármore, completamente cinza.


Outro elemento que chama atenção já nas fotos de propaganda do filme é o olhar de Ida. Esse olhar é tão intenso e notável que é praticamente uma personagem à parte! Os olhos dela são os mais negros, causando um baita efeito quando focados. A atriz tem olhos claros e teve que usar lentes pretas para a personagem. Em muitas cenas nada é dito, cabendo ao telespectador ler através dos olhos dela suas emoções.

As cenas de "libertação" de Ida são belíssimas, tanto sozinha quanto acompanhada do músico. Sem excessos e com muita delicadeza. É possível perceber certo distanciamento, como se ela passasse por tudo aquilo por curiosidade, sem maiores pretensões.




O tempo do filme é perfeito, curto, porém suficiente para o desenvolvimento da história. É uma obra que com certeza irei ver outras vezes!



*Todas as imagens são prints que tirei no Netflix

Comentários

  1. Ah, que resenha linda! Me interessei muito pelo filme!
    Gosto de histórias assim. *-*

    P.S: Todo link que clico, sou direcionada para páginas de propaganda. =/

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  2. Nossa! Não sou muito chegada em resenhas mas essa... me encantou e me convenceu. Parabéns pelo belo trabalho.
    Bjs

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  3. Tive a honra de ver esse filme em um cinema antigo de Recife é extremamente tocante e tua resenha foi super gostosa de ler!

    http://samueu.blogspot.com.br

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  4. Amei demais seu jeito de escrever resenha de filmes, parabéns!
    E sobre o filme, #partiuassistir, preto e branco, pós guerra, "noviça rebelde" e um ator hot? Se melhorar estraga, hahaha
    Beijos, Carol.
    http://carolthetwentiesgirl.blogspot.com.br/

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